VIADUTOS, PASSAGENS SUBTERRÂNEAS, ELEVADOS E PONTES
Por Erika Tiemi Ikehara
Viadutos são como pontes em área urbanizada. Visam não interromper o fluxo rodoviário ou ferroviário, mantendo a continuidade da via de comunicação quando esta se depara e têm que transpor um obstáculo construído, em geral por outras vias. Os viadutos são muito comuns em grandes metrópoles, onde o intenso tráfego de veículos, normalmente de grandes avenidas ou vias expressas, não comportam mais o uso de semáforos sem que o tráfego seja interrompido e gerando grandes congestionamentos.
Ponte é uma construção que permite interligar ao mesmo nível pontos não acessíveis separados por rios, vales, ou outros obstáculos naturais ou artificiais. As pontes são construídas para permitirem a continuidade de circulação de pessoas, animais, automóveis e comboios, em geral dos meios de transporte por terra. Quando é construída sobre um curso de água, o seu tabuleiro é freqüentemente situado a altura calculada de forma a possibilitar a passagem de embarcações com segurança sob a sua estrutura. Quando construída sobre um meio seco pode ser confundido por viaduto. Pontes tipo viadutos, transpondo áreas de preservação ou de circulação de espécies de animais especiais, estão sendo considerados para atender a requisitos de sustentabilidade e de redução de impacto ambiental.
Os viadutos em geral causam grandes impactos ao meio ambiente urbano, pois para a construção do viaduto, é necessária uma área muito grande com estrutura de grande porte, tendo pelo menos 150m de extensão, considerando-se 2 rampas com 10% de inclinação e piso do tabuleiro a 6m do solo( 60+60=120m) e travessia de uma avenida com 2 pistas de 3 faixas, canteiro central e calçadas, com 30m de largura ( total de 120+30=150m) .
Com a construção de viadutos, muitas casas comerciais vão à falência face às inconveniências de barulho, poluição, falta de visibilidade e difícil acesso, fazendo com que as pessoas deixassem de freqüentar esses locais.
Como alternativa aos viadutos, pode-se recorrer à estruturas construídas abaixo do nível do solo, portanto sem o impacto visual, chamados de Passagem Subterrânea. Essas estruturas ocupam o mesmo espaço dos viadutos, em torno de 150m de extensão, apenas que sob o solo. As rampas inclinadas para a passagem de travessia precisam ter no seu início uma espécie de “lombada” bem suave, para evitar que a água de chuva inunde a passagem pela água de drenagem das ruas do entorno, contudo, as águas que caem nas rampas de acesso, que estão ao ar livre ( a não ser que sejam cobertas por um telhado, o que acontece às vezes, e servindo como uma espécie de barreira ou atenuador de som gerado no interior da passagem) precisam ser drenadas por bombas hidráulicas. Essas bombas funcionam com acionamento automático, pois bombeiam também a água de veios dágua ou vazamentos de canalizações subterrâneas.
A construção de uma passagem subterrânea, precisa de cuidados a serem observados em obras subterrâneas, como soluções para adequar-se ao nível do lençol freático, locação e relocação das instalações e canalizações e tubulações diversas.
Alguns aspectos negativos da passagem subterrânea são a instalação e manutenção de instalações de iluminação e de ventilação monitoradas por 24 horas, além do monitoramento de tráfego e o já mencionado bombeamento hidráulico .
Um viaduto de grande extensão chama-se Elevado. Um elevado conhecido em São Paulo é o Elevado Presidente Costa e Silva, conhecido como Minhocão. É uma via expressa elevada da cidade de São Paulo, que liga a região da Praça Roosevelt, no centro da cidade ao Largo Padre Péricles, na região da Barra Funda. Foi construído com o intuito de desafogar o trânsito da Avenida General Olímpio da Silveira, Rua Amaral Gurgel e Avenida São joão, as quais, por cortar regiões centrais da cidade, não poderiam ser alargadas para ampliar sua capacidade. Assim, a solução seria a construção de uma via paralela sobre os logradouros para que a capacidade de tráfego fosse duplicada.
O Minhocão tem cêrca de 3,4km. Entre as críticas que já recebeu, foi chamado de “cenário com arquitetura cruel” e “uma aberração arquitetônica”. Até hoje o Minhocão não é bem visto pela população da região, que teve seus imóveis desvalorizados e teve de ver a deterioração do local. Em 1976, cinco anos após sua inauguração, o Minhocão passou a ser interditado à noite. A medida foi adotada para evitar os acidentes noturnos, que tinha se tornado rotina e para diminuir o barulho na região.
A Prefeitura de São Paulo apresentou no Instituto de Engenharia, um projeto de três operações urbanas que inclui a demolição do viaduto Costa e Silva. Segundo a Prefeitura, a idéia está ainda no plano das intenções e será preciso buscar alternativas para a substituição da via.
Estão previstas obras para as regiões da Lapa e Brás, Mooca e Vila Carioca e a região do Rio Verde e Jacu.
Dois dos projetos ocupam o entorno da malha ferroviária, um entre os bairros da Lapa e do Brás, e entre a Mooca e a Vila Carioca. O terceiro e último é no extremo da zona leste e tem como objetivo a melhoria das condições de moradia na região.
Ainda de acordo com a Prefeitura, o plano contempla questões ambientais nas intervenções, com a criação de parques e parques lineares, aumento das áreas permeáveis e melhoria da drenagem.
Como função social, o minhocão fica fechado para carros de segunda a sábado, das 21h30m às 06h30. Aos domingos e feriados, o elevado é interditado 24h para carros e aberto para atividades esportivas e de lazer.
Erika Tiemi Ikehara é aluna da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UMC. Tema: Urbanismo, elementos urbanos. Abril de 2011.
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