Estacionamentos
Por Rodrigo Kamimura

O que parece simples ,às vezes não é tão simples.

O problema do estacionamento surgiu com o surgimento dos carros.

No inicio de 1920, via-se os carros em frente de lojas e de casas. As casas tinham entradas pra carro e desde essa época, em especial o americano, acostumados a ter carros, tem usualmente nas casas e nos comércios, áreas separadas para os carros para estacionamento e manobra. Áreas bem dimensionadas , sem muito aperto, como às vezes temos aqui no Brasil. Eles são muito familiarizados com o carro.
Os carros começaram inicialmente pequenos, depois com o passar do tempo eles foram aumentando de tamanho. Com a intenção de aumentar a potencia e a qualidade, os carros aumentaram de tamanho e foram pensados praticamente inquebráveis, ou seja, com qualidade muito boa e mecânica muito simples.
Um dos problemas do estacionamento é que não se pode ficar adaptando o as vagas de acordo com a variação dos tamanhos dos carros. Com a criação do estacionamento em área privativa, foi sugerido uma vaga universal para os carros grandes. As pessoas tinham dificuldade de estacionar , surgindo então o chofer que manobrava o carro para as pessoas que estavam acostumadas a dirigir mas não a manobrar.
Quando o consumo de carro aumentou e a maioria das pessoas passou a ter carros, o medo era que as pessoas entrassem nos estacionamentos, e não batessem uns nos outros, e não provocassem de manobras demoradas, entre outros problemas, levando ao surgimento do especialista em estacionamentos.
O primeiro ponto que ele ressaltou foi de eliminar as rampas, fazer tudo plano. Mas com o tempo foram surgindo carros automáticos, e as pessoas se familiarizando mais com os carros, levando a repensar os estacionamentos com rampas e até com mais andares.
O comércio de rua evoluiu para locais concentrados, chamados de DEPARTAMENT STORES, ou seja, empresas que vendem de tudo. E com esses departament stores, que evoluíram para os Shoppings Centers, os projetos e dimensionamentos dos estacionamentos se tornaram algo fundamental.

Diferença e influência do estacionamento no comercio :

Quando temos um estacionamento bem dimensionado numa área comercial, e a certeza de se conseguir estacionar, pode-se fazer um agendamento de suas atividades direcionando-a para esse local. Essa condição difere das lojas de ruas, porque não é sempre que tem vagas e é uma coisa incerta.

"O estacionamento não é uma mera vaga, ele tem todo um relacionamento direto com o sucesso da atividade." By Mario

Em um shopping center, tem uma lógica entre área útil de locação e numero de vagas. E existem especialistas que determinam essa proporção, quanto ao numero adequado de vagas que se deve ter.
No geral, o estacionamento prevê que cada vaga ocupa 25m² contando com a área de manobra e circulação, mais os equipamentos e circulação de pedestres.
Perto de 1960 começaram a surgir estacionamentos automatizados, mas infelizmente geraram muitos “ ralados” e outros problemas que compromete a qualidade do estacionamento.
É pensamento de alguns especialistas que o estacionamento deveria ser acessado com um mínimo de circulação dos carros e das pessoas, e que o estacionamento faça parte de um planejamento de transporte. Hoje em dia o planejamento de transporte não inclui um estacionamento.
Essa concepção melhora a questão de transito no que se refere a emissão de poluente, pois um motorista procurando vagas anda lento, atrapalhando o transito. À vezes gasta-se bem mais que 15 minutos circulando pra achar uma vaga, e fica os 15 minutos emitindo poluentes.
Hoje em dia é dificil um lugar residencial ou comercial que não tenha estacionamento, e funcione adequadamente. Embora necessário, os Shoppings Centers, por exemplo, preferem que essa atividade seja terceirizada pois foge ao seu foco, que é o comércio.
E esse terceiro que nem sempre participou do planejamento e da construção do estacionamento ao contratar um seguro descobre vários erros de construção que oneram as apólices.
Rodrigo Kamimura é aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UMC, Tema: Urbanismo, abril de 2011.