Thursday, April 07, 2011

Células fotovoltaicas.

Por Carlos Henrique Leite Pereira

Se voltarmos ao passado veremos que as famílias da área rural tinham água no córrego e do poço, energia do fogo da lenha, carruagens para locomoção, e no fundo do quintal uma horta e pomar. Ou seja, a casa era praticamente auto suficiente, mas hoje os lotes diminuíram tanto que não há espaço para isso e daí sermos obrigados a ter energia a gás, elétrica , água encanada etc.
È imprescindível estar conectado à rede de infra estrutura urbana nos dias de hoje para se viver nas cidades, tornando o homem dependente dessas instalações.
O ser humano hoje esta tentando se libertar dessa rede, e os urbanistas e técnicos de engenharia que atuam nas grandes cidades estão querendo se livrar dessa dependência.
Talvez não seja ainda viável realizar uma cidade sem redes nos dias de hoje, mas existem evidências dessa possibilidade. Casas praticamente auto suficientes em energia elétrica existem na Alemanha onde a energia solar captada por células foto voltaicas geram energia elétrica
Essa energia gerada nas casas durante o dia é vendida para a concessionária, e no período da noite o morador compra o que precisa para seu consumo. .Uma vantagem para as pessoas que produzem energia nas suas casas é que elas vendem por 2,5 vêzes o preço da tarifa normal.
Produzindo o máximo possível e consumindo apenas o mínimo necessário, o saldo em KW resulta em renda, e algumas pessoas têm na venda de energia um bom reforço no seu orçamento.

Isso traz questões sociais interessantes, pois o que era tradicionalmente uma despesa indispensável, torna-se uma fonte de renda; e por outro lado, ao gerar energia elétrica em seu domicilio, o cidadão se vê exercendo a cidadania ao contribuir com um bem de benefício público, além de evitar que novas usinas, nucleares, termelétrica, à gás ou hidrelétricas, sejam construídas com maior ou menor impacto e riscos ao meio ambiente.

A célula foto voltaica ainda é cara mas o seu custo tem caído e vai chegar um ponto que vai ficar viável para todos terem esse tipo de energia nos seus telhados.
No Ceará fizeram um poste onde no seu topo tem uma hélice e mais abaixo um conjunto de células fotovoltaicas. Esse poste é auto suficiente pois durante o dia ele armazena energia solar e eólica e a noite ele usa essa energia armazenada, mais a eólica, uma vez que os ventos típicos da região são constantes.
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Suponhamos que exista um conjunto residencial popular, onde as células fotovoltaicas não poderiam ser colocadas devido ao seu custo elevado, mas esse conjunto poderia ser beneficiado com essa tecnologia em seus espaços públicos.

Quais seriam as conseqüências?
Os moradores de baixa renda estão recebendo posiitivamente o cadastramento de suas ligações domiciliares trocando-a pela condição de ilegalidade de ligações tipo “gatos” , pelo fato de ganharem um endereço pela conta de luz e conseguirem melhorar sua condição de cidadão.

Assim, tendo que pagar um consumo de energia em sua casa, a opção de vias públicas e praças bem iluminadas para seus relacionamentos sociais,

Isso pode ser tratado também como uma questão social pois traz uma alteração na rotina dessas pessoas ao atraí-las para a área pública, antes deserta e perigosa. Trocam o isolamento de cada um no seu barraco para um convívio coletivo, trocando a comunicação unidirecional do cidadão com a TV por um bate-papo direto e participativo. Conseguindo organizar-se coletivamente, outras melhorias seriam então conquistadas, como equipamentos de lazer.

Com a possibilidade de atividades externas às casas, o relacionamento familiar poderá melhorar sem a obrigatoriedade do confinamento e limitações de lazer subordinadas a programação pouco criativas da televisão.

Essa melhoria da área pública precisa ser completada com uma qualidade de obra e dos equipamentos, adequados, bem acabados, sólidos e bem dimensionados à demanda, mostrando respeito ao cidadão, respeito ao dinheiro público e acesso à beleza, conforto e segurança. Essas condições minimizariam as ações eventuais de vandalismos, mas para que os equipamentos se mantenham bem conservados será necessário o envolvimento da comunidade, o que exigirá dos administradores públicos a presença de várias especialidades junto às lideranças, educando-os.

Carlos Henrique Leite Pereira - aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UMC, Tema Urbanismo, abril de 2011.

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