Pontes e Viadutos
Por Carlos Alberto Santana
Os tipos de viadutos são os cruzamentos em desnível ou níveis diferentes. Precisam de rampas de acesso que consomem cërca de 45 metros cada, e dependendo das vias a transpor podem ocupar extensões de mais de 150m, portanto exigindo locais com muita área. Se a largura da via onde será implantado o viaduto não tiver largura suficiente, pelo menos com mais de 30m, os lotes lindeiros ficarão severamente afetados com essa obra, seja durante, seja depois de pronta. Muitos comércios afetados por tais obras acabam fechando por dificuldades de acesso durante e depois de concluída a obra, assim como por condições de visibilidade e salubridade, como o aumento da poluição sonora e do ar. O volume massivo de um viaduto, somado ao desenho dos espaços sob a estrutura, em geral ocupado por marginais ou por entulhos, quando não se transforma em sanitário público improvisado, contribui para deteriorar o meio urbano. Essas questões precisam ser consideradas na fase de projeto.
O viaduto tem sido contra a cidade, em conseqüência, parece ser que a cidade é contra o viaduto. As passagens subterrâneas, (não é túnel) tem sido visto como a solução alternativa ao viaduto, pois funciona como cruzamento em níveis diferentes, resolvendo, aparentemente a questão da estrutura massiva colocada à vista no meio do espaço urbano público. Mas, os problemas de impacto ao meio urbano parecem ser os mesmos.
Na Av. Rebouças e na Av. Brig. Faria Lima, praticamente 80% das casas comerciais fecharam por causa das obras de passagem subterrânea executadas nesta última década. Além dos impactos visíveis, há outros sob a terra, promovendo as relocações de canaletas, tubos e cabos do subsolo, das concessionárias de gaz, eletricidade e saneamento básico, além de prováveis obras de drenagem de água de chuva e de água do lençol freático.
Para deter a água de chuva drenada pelas ruas existe um calombo na pista, à altura da entrada da passagem, e a água de chuva que cai nas rampas precisa ser drenada por bombas de drenagem.
A passagem subterrânea requer tratamento acústico nas paredes, ventilacão permanente, iluminação permanente e monitoramento visual, portanto um serviço de manutenção 24 horas
Viadutos de longa extensão são chamados de elevados. Poucos foram construídos e muitas as queixas somo causadoras de deterioração urbana do seu entorno. No caso de São Paulo, o Elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão, foi eleito pela população, numa enquete feita pela revista Veja, como a obra mais feia da cidade de São Paulo.
O Elevado Minhocão possui um Ponto positivo que é a travessia desimpedida de cerca de 3km pelo meio urbano adensado do centro da cidade.
Os pontos negativos são muitos:
1. Têm muitas rampas de acesso, criando locais deteriorados na cidade. Isso reduz a sua capacidade de tráfego de passagem ligando diretamente as áreas periféricas ao centro. Os carros não acessariam o centro, mas os passageiros teriam acesso por meio de estacionamentos conectados às pistas elevadas.
2. A pista aberta e elevada propicia o espalhamento da poluição sonorosa,
3. A proporção da altura e largura do tabuleiro é inadequada por proporcionar sensação de esmagamento sob a estrutura, além de condições de insalubridade, pelo fato de manter locais sem insolação e ventilação precária.
4. O desenho simplório da estrutura, com a repetição de pilares praticamente da mesma altura, levando ao tabuleiro o desconforto das pistas ao nível do solo.
5. Peças estruturais que poderiam ser mais esbeltas, mais leves e mais bonitas, ao eliminar os excessos volumétricos.
Carlos Alberto Santana é aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UMC, Tema: Urbanismo, Abril de 2011.
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