Saturday, October 06, 2012

ETE- ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS




ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

Por Cecília Araújo e Pâmela Souza

Esgoto é o termo usado para as águas que, após a utilização humana, apresentam as suas características naturais alteradas.

No Paquistão a 3000 a. C. e na época do Império romano já existiam os primeiros indícios para tratamento de esgoto.

No Brasil, hoje são produzidos 32 milhões m³/dia de esgoto, sendo que 14 milhões m³ são coletados e 4,8 milhões m³ são tratados.

A natureza possui a capacidade de decompor a matéria orgânica presente nos rios, lagos e no mar, mas por causa dos efluentes e de sua grande quantidade, exige um tratamento mais eficaz é uma estação de tratamento de esgoto (E.T.E). Existem alguns tipos de estações de tratamento eficientes, como, a estação convencional Sabesp/ Semae, a maior da América Latina localizada em Barueri, São Paulo. O processo de tratamento é constituído por duas fases, a unidade da fase 1(figura 1) é a filtragem para a devolução aos rios, que possui, grade grosseira, elevatória de esgotos por bomba parafuso, grade média mecanizada, caixa de areia, decantador primário, tanque de aeração, decantador secundário e elevatória de recirculação. A unidade da fase 2 (figura 2) com a finalidade de desfazer o lodo, apresentando, grade fina de lodo, digestores condicionamento químico do lodo, desidratação do lodo por filtro prensa e queimador de gás.


Figura 1 e 2 - ilustração demonstrativa do processo de tratamento


Existe também a estação móvel, são utilizadas em casos emergenciais de calamidade pública e em industrias com prazo delimitado, podendo atender até quatro mil habitantes.

Sua instalação é durante cinco meses, três meses para a construção do equipamento e mais dois meses necessária para adaptação no local.

A unidade móvel modular consiste em duas carretas toda coberta (figura 3), visando minimizar a produção e exalação de gases odorantes.


Figura 3 - Carreta utilizada para tratamento


A primeira carreta é protegida interna e externamente com pintura especial e nela é realizado o tratamento preliminar dos esgotos seguido de tratamento anaeróbico, sistema elevatório e permitindo o bombeamento do esgoto para dentro do sistema. (figura 4)


Figura 4 - ilustração demonstrativa do processo de tratamento


Então o esgoto passa por um tratamento preliminar para remoção de sólidos grosseiros e em seguida introduzidos para o interior de um reator, onde ocorre a decantação do liquido e a sedimentação dos sólidos de detenção de oito horas.

Após o lodo sedimentado passa por um processo de digestão, para posteriormente ser enviado para os leitos de secagem, instalados na outra carreta (figura 5). O resíduo final é aterrado na área da estação móvel, pois o biogás produzido neste processo é coletado, medido, transportado e queimado em área a 20m das unidades.


Figura 5 - ilustração demonstrativa do processo de secagem


A estação também dispõe de um laboratório para realização das análises de rotina, além de um gerador a diesel, que não depende para o inicio da operação da energia elétrica.

É recomendado uma área igual ou maior que 500m² (20m x 25m) para instalação da estação, o local não pode ser em área de preservação ambiental e tem que ter uma distância mínima de 300m em relação a edificações habitáveis.

A Estação Compacta é utilizada em residências, edifício de escritórios, shopping centers, indústrias, chácaras, hotéis, pousadas, restaurantes, condomínios residenciais e comerciais, pequenos bairros e distritos urbanos.

A eficiência do tratamento do esgoto é de 80 a 90% e a vida útil do material é de 40 anos.

Existem três tipos de sistema, que são anaeróbios, que caracterizam pela ausência de fase aerada. A princípio, o tratamento é totalmente biológico e anaeróbias, que não necessitam de oxigênio para sobreviverem. Essas estações são compostas por reatores anaeróbios seguidos de filtros biológicos anaeróbios, sem uso de nenhum equipamento elétrico acoplado ao sistema.

O sistema misto, também possui processo anaeróbio e aeróbio, que caracterizam pelo tratamento aerado, que ocorrem em reatores. Nesses reatores ocorrem as reações bioquímicas de minimização da matéria orgânica presente.

E o sistema misto modular, que é um conjunto de tratamento com reatores associados em série em um só módulo, assim o efluente final apresenta características com qualidade suficiente para ser devolvida á natureza sem risco e permitindo o seu reuso.


Figura 6 - Transporte dos tanques do sistema compacto


A mini estação é um sistema modular para tratamento de água e esgoto, fabricado em plástico atóxico, leve, reciclável, de fácil instalação, não utiliza da eletricidade para seu funcionamento e atende de duas a dez mil pessoas. É

indicada para residências, edifícios, condomínios, indústrias, parques, chácaras, sítios e fazendas.


Figura 7 - Módulo do sistema da mini estação


É composta por caixa de gordura, tanque séptico, caixa de inspeção/ passagem e septo difusor.

Seu tratamento é feito por um difusor de entrada, onde são inseridos os efluentes, tendo uma quebra de sólidos e redução da velocidade, evitando a turbulência do material depositado, em seguida o tanque séptico que ocorre a decantação dos materiais pesados no fundo e a flutuação dos materiais leves na parte superior, assim a saída do efluente passa por um pré-filtro, preenchido com brita, permitindo a saída dos materiais sólidos flutuantes. A caixa de inspeção/ passagem, serve para facilitar a distribuição do efluente e depois passando por um tratamento de filtragem lenta, onde o efluente tratado poderá ser infiltrado no solo, ser coletado ou reaproveitado para o uso em lavagem de pisos, veículos, rega de jardins, uso em vasos sanitários ou reuso industrial.


Figura 8 - Mini estação


E por último o tratamento natural de esgoto, que é um sistema modulado, podendo atender uma família ou um milhão de pessoas, sendo esgoto urbano, doméstico ou industrial, mas desde que seja projetado para terminada situação.

Wetland, como é chamado este sistema que se refere a lagoas (figura 9), onde as plantas tendem a se aglomerar e sua tendência é modificar e controlar a qualidade das águas, removendo segmentos e nutrientes.


Figura 9 - Lagoas de tratamento

Figura 10 - Ilustração do sistema de tratamento Wetlands

Figura 11 - Detalhe do sistema Wetlands


Este sistema não é muito indicado, pois com o passar do tempo, o ambiente favorece o aparecimento de bactérias habituadas a consumir substâncias do esgoto, sendo contaminado o solo.

O período que o esgoto fica dentro dos canais em tratamento é de 10 horas até cinco dias, dependendo da qualidade que se busca.

Estes são os sistemas utilizados como tratamento de esgoto, foram demonstrados Estação convencional, Estação móvel, Estação Compacta, Mini estação e Estação natural. A partir do espaço e da funcionalidade é possível identificar a melhor opção de limpeza para os resíduos sólidos.


Referências


www.deltasaneamento.com.br

http://www.semae.pmmc.com.br/noticia_4_20081105.html

http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=59

http://www.idhea.com.br/pdf/mini-ete.pdf

http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-1/ecovilas/mini_tratamento_agua.htm

http://www.organum.com.br/mini-ete.asp

www.infraestruturaurbana.com.br

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