HIDROVIAS
Dienyffer Bittencout, Felipe Pereira e Jéssica Alvarenga
O tráfego aquático é usado pelo homem há muito tempo,
desde o transporte de cargas, ao uso mais recente para o turismo. Conhecidas
como hidrovias, o aproveitamento de canais naturais ou artificiais dentro de um
território é largamente utilizado principalmente na Europa e América do Norte.
Na Alemanha, o cruzamento de dois canais nomeados
Mittelland e Elba-Havel, possibilita embarcações com até 1350 toneladas
navegarem sem interrupções. Canais artificiais também foram executados ao redor
do mundo para proveito deste tipo de transporte, ainda na Alemanha, o
Nord-Ostsee-Kanal é o maior canal artificial da Europa que transporta cargas de
grande porte e economiza 300 km de viagem.
Canal Nord-Ostsee-Kanal
Outro projeto ambicioso foi o Millenium Link, de 84,5km
de comprimento, na Escócia que teve o objetivo de restaurar a navegação no
país.
Millenium Link
Das hidrovias mais antigas, o Rio Sena, em Paris na
França, transporta entulho e material de construção através de 776 km de
extensão do rio, além do transporte turístico de passageiros que é famoso no
país.
Rio
Sena
O Canal de Veneza, cenário da cidade italiana, onde seus
habitantes e turistas basicamente se locomovem pela água com táxis aquáticos,
gôndolas ou balsas. Devido à profundidade de 5 metros o transporte é mais para
uso turístico.
Canal
de Veneza
Outro exemplo de uso turístico é o Canal Erie, nos
Estados Unidos, conhecido por ser a maior obra da engenharia americana, possui
580 km do Rio Hudson até o lago Erie. Com 34 comportas de desnível o canal é
usado predominantemente por embarcações turísticas.
Canal
Erie
No Brasil não há grandes ousadias da engenharia nos
canais aquáticos, mas é considerada a rede hidrográfica mais densa do planeta
constituída de rios navegados em corrente livre e canalização de trechos de
rios. Mesmo com tamanho potencial, a navegação fluvial é o transporte menos
explorado devido a muitos rios serem de planalto ou afastados dos centros
econômicos.
As principais hidrovias brasileiras são a Madeira que
liga Rondônia ao Amazonas, com extensão de 1056 km e transporta grãos;
Tietê-Paraná, usado para transporte de baixo valor agregado e alguns pontos o
uso é turístico, conecta São Paulo a Goiânia através de 2400 km. A hidrovia São
Francisco passa por três estados, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco e em 1371 km
de extensão transporta 56.300t de carga.
Hidrovia Madeira que liga Rondônia ao Amazonas
Fonte: http://carlosoliveira.arteblog.com.br/523203/Os-interesses-por-tras-das-hidreletricas-da-Amazonia/
Tietê-Paraná
Hidrovia São
Francisco
Os benefícios do transporte hidroviário são evidentes
para interesses econômicos, já que é possível transportar grandes cargas por
baixo custo, sendo até oito vezes mais barato comparadas com o transporte
rodoviário. As grandes distâncias percorridas e a previsibilidade facilitam a
administração das entregas, acarretando em maiores lucros. Além de ser um
transporte pouco poluente a hidrovia chama a atenção em um período que persegue
a sustentabilidade.
Já a ineficiência para
cargas pequenas e emergenciais, a falta de flexibilidade de horários, a
necessidade de transferência para outro meio de transporte, tempo de transito
longo e o alto índice de danos sobre a mercadoria ocultam o transporte
hidrográfico e por muitas vezes os canais são descuidados e abandonados.
Exemplo do Brasil, onde os serviços básicos de administração e sinalização não
são fornecidos pelas hidroviárias, que também abrem espaço para o vandalismo.
Os reflexos do transporte
hidroviário podem afetar a economia e a sociedade já que pode assumir varias
funções como turismo e transporte de cargas. Mas o projeto hidroviário tem
basicamente quatro elementos, as vias que são determinadas pelo tipo de
embarcação, as embarcações, as cargas e os terminais hidroviários. Os
resultados da instalação de um canal artificial ou da adaptação para uma
hidrovia pode ser em longo prazo, mas com atenção podemos tirar proveito e até
recreação na criação desses canais.
Quais
pontos da grande SP valeria a pena ligar uma hidrovia?
R:
Na
grande São Paulo valeria a pena fazer um canal hidroviário ligando os rios Tietê
e Pinheiros, as represas Billings e Taiaçupeba, e um canal artificial navegável
que ligaria as represas. Teriam portos para ter acesso aos outros modais, como
ônibus e ferroviárias. A principal função desse canal seria o transporte de
pessoas, transporte de lixo e transporte comercial.