Wednesday, January 19, 2011

Árvore do cerrado, agosto de 2010
Enquanto caminhava pelos campos do cerrado matogrossense numa época de estiagem, um tanto desoladora, com muita terra seca e cheiro de fumaça das inúmeras queimadas.
Caminhando, observa-se a natureza com o devido respeito, enfrentando o sol na cabeça, devidamente protegida com algum chapéu, o mormaço carregado pelos ventos, o cheiro no ar, ora de flores,  ora de folhas, ora indefinidos - pelo menos para nós, os urbanos.
Assim, achando interessante algumas árvores, tirei várias fotos de árvores, tendo-as como foco principal de interesse, e não meramente um elemento de composição do cenário natural para as fotos. Isso me fez observar detalhes dessas árvores que normalmente me passariam desapercebidos, limitando-se a ver o tronco, galhos e folhas, eventualmente flores e ninhos de passarinhos.
Desta vez parei para olhar. Sim, parei, olhei de vários angulos, menos preocupado em buscar imagens para documentar em fotos, mas para perscrutar os detalhes dessas árvores, alguma expressão delas, alguma mensagem... se não para mim, quem sabe para os pássaros, para as abelhas e outros passantes habituais com os quais as árvores costumam manter algum relacionamento. Confesso que não descobri grandes coisas nessa linguagem secreta da natureza.
Mas, dessa curiosidade, ficou a impressão de que as formas das árvores podem ser vistas como modelos de comunicação. Assim, uma que expresse alegria, outra um fechamento - " fechar em copas", se costuma dizer, outra uma transparencia tipo faixa decoradora das antigas paredes ou paineis de arte em ferro do estilo art nouveau , outras aterrorizantes com galhos do tipo de árvore com vida, como as do filme Senhor dos Aneis, e assim por diante.
A árvore que ilustro, pelo menos para mim, é do último tipo que acabo de mencionar.  Cada um pode interpretar à sua maneira, mas há sempre o que admirar nessa natureza, mesmo na secura do Agosto no Pantanal.

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